Já toda a gente sabe mas nunca é demais lembrar. O Gato Fedorento de Ricardo Araújo Pereira,
Tiago Dores, Miguel Góis e Zé Diogo Quintela está na televisão pública, com a 4ª série baptizada de Lopes da Silva. A estreia é hoje, sexta-feira, por volta das 21h, a seguir ao telejornal.
Eu vi, gostei e n ficou a atrás dos outros sketches, pelo contrário os cenarios estão melhores, a criatividade continua bem presente, pena ter sido tão curtinho.
Os gatos triunfam. Algumas (não muitas) reacções violentas que encontrei pela net de fãs de longa data dos Gato Fedorento sobre este primeiro episódio da era RTP fazem-me pensar que muitos deles estariam, à partida, a torcer para que a coisa falhasse. Talvez não tenha sido uma coisa consciente da parte deles, mas o que é certo é que vejo muito pouco fundamento nas opiniões negativas que tenho lido. Há quem use o tradicional "eles venderam-se". Como? Há quanto tempo é que, em horário nobre, num canal generalista, não se via um "sketch" tão imaginativo como o do botão que regula o ar condicionado e o que regula o prestígio da festa do embaixador? Ou aquele momento perfeito de estrutura, timing e punchline que é a reportagem sobre os tipos que querem fazer o Lisboa-Dakar numa canoa? E o que dizer de um "sketch" que ousa requerer do espectador algumas noções de literatura para tirar o máximo partido dele - o do curso de literatura para porteiras?
Entristece-me um bocado pensar que possam ser as pessoas que mais poderiam apoiar a oportunidade única de haver comédia de categoria em horário nobre a chegar a mais pessoas - alguns fãs! - quem possa contribuir com mais azedume para que isso não aconteça. Este episódio da RTP teve tão (ou mais) ousadia do que os da SIC Radical. A diferença é que foi feito com mais meios.
Compreendo, de certa forma, a reacção "se-é-mainstream-é-mau". Tem a ver com aquela coisa de fã, de que um objecto de culto que era só nosso passou a ser partilhado por mais gente. Eu acho que quando as coisas são boas, são boas, independentemente de estarem a ser feitas para meia dúzia de pessoas ou para milhões de pessoas. Será que uma coisa é "mainstream" só porque passa em horário nobre num canal generalista, apesar de, em termos de criatividade, se manter tão alternativa como no início? Soa-me sempre àquela ideia sinistra: "ai agora és famoso e popular? Então és mau".
Achei que foi um óptimo episódio. Que se nota ali trabalho na escrita, na interpretação, no lado visual, na montagem; nota-se um perfeccionismo e um sentido de afinação incrível para que a comédia resulte mesmo. Sei que há-de haver quem me vá cair em cima com a teoria dos amiguinhos, mas olhem... paciência.
Eu vi, gostei e n ficou a atrás dos outros sketches, pelo contrário os cenarios estão melhores, a criatividade continua bem presente, pena ter sido tão curtinho.
o NUNO MARKL DIZ...
Os gatos triunfam.
Algumas (não muitas) reacções violentas que encontrei pela net de fãs de longa data dos Gato Fedorento sobre este primeiro episódio da era RTP fazem-me pensar que muitos deles estariam, à partida, a torcer para que a coisa falhasse. Talvez não tenha sido uma coisa consciente da parte deles, mas o que é certo é que vejo muito pouco fundamento nas opiniões negativas que tenho lido. Há quem use o tradicional "eles venderam-se". Como? Há quanto tempo é que, em horário nobre, num canal generalista, não se via um "sketch" tão imaginativo como o do botão que regula o ar condicionado e o que regula o prestígio da festa do embaixador? Ou aquele momento perfeito de estrutura, timing e punchline que é a reportagem sobre os tipos que querem fazer o Lisboa-Dakar numa canoa? E o que dizer de um "sketch" que ousa requerer do espectador algumas noções de literatura para tirar o máximo partido dele - o do curso de literatura para porteiras?
Entristece-me um bocado pensar que possam ser as pessoas que mais poderiam apoiar a oportunidade única de haver comédia de categoria em horário nobre a chegar a mais pessoas - alguns fãs! - quem possa contribuir com mais azedume para que isso não aconteça. Este episódio da RTP teve tão (ou mais) ousadia do que os da SIC Radical. A diferença é que foi feito com mais meios.
Compreendo, de certa forma, a reacção "se-é-mainstream-é-mau". Tem a ver com aquela coisa de fã, de que um objecto de culto que era só nosso passou a ser partilhado por mais gente. Eu acho que quando as coisas são boas, são boas, independentemente de estarem a ser feitas para meia dúzia de pessoas ou para milhões de pessoas. Será que uma coisa é "mainstream" só porque passa em horário nobre num canal generalista, apesar de, em termos de criatividade, se manter tão alternativa como no início? Soa-me sempre àquela ideia sinistra: "ai agora és famoso e popular? Então és mau".
Achei que foi um óptimo episódio. Que se nota ali trabalho na escrita, na interpretação, no lado visual, na montagem; nota-se um perfeccionismo e um sentido de afinação incrível para que a comédia resulte mesmo. Sei que há-de haver quem me vá cair em cima com a teoria dos amiguinhos, mas olhem... paciência.
E EU ASSINO POR BAIXO.
MISSCLARISS
Os Gatos Fedorentos rulllaaaam!